segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Acontece

Acontece que depois de um tempo de casadas, nós mulheres, desaprendemos a paquerar. A gente desaprende essa arte do olhar , a gente quer ser fiel, quer ser de um homem só com muita honra. E um simples olhar as vezes gera um sensação de culpinha, de vergonha, ou até, um "ai meu deus, eu sou casada ... "  Outro dia eu esqueci de por água no carro, sempre esqueço que carro tb precisa de água, pois se  as vezes até esqueço  que eu  preciso de água, imagina o carro, pobre carro morrendo de sede  teve que gritar com muita fumaça para eu lembrar que precisava de alguns bons goles desse líquido abençoado. Por sorte tinha um posto de gasolina à uns 5 metros, e por sorte era o posto que eu frequento onde a gasolina é mais barata, que por sorte fica perto da minha casa. Encostei o carro -aquela fumaceira, abri o capô por dentro do carro, desci e esperei ofrentista vir me atender, eles são gentis e simpáticos, pessoas do bem, desses homens felizes, não menos piadistas mas que te respeitam  e sabem o quanto uma mulher necessita do trabalho deles. O frentista chegou para me socorrer, afinal eu não iria abastecer , era realmente uma ajuda. Eu já fui falando que achava que tinha esquecido de por água e tal, enquanto esperávamos o carro esfriar para só então poder abrir o comprtimento de água  (aquela fumaceira saindo) eu voltei para dentro do carro. Um cara tinha estacionado seu carro na bomba do lado, era bonito, isso eu percebi. Tinha um carro  preto  todo riscado, ele desceu do carro, era desarrumado, um carro meio velho riscado, uma roupa meio largada, e ainda assim era bonito, também não era esse tipinho largado moderninho, era algo mais clássico. Também não era um menino, era um homem e bonito ( já falei isso né, mas isso faz parte da culpa de uma mulher casada). Parecia alguém que encontrava valores em outras coisas, coisa tão rara no mundo atual. Pois bem, eu o observei assim meio disfarçando afinal de contas eu não iria, tampouco queria olhar para ele diretamente nos olhos com olhar fatal, só queria exercer meu voyerismo como habitual. Ele se aproximou do carro enfumaçado e tentou puxar assunto com o frentista sobre a fumaça e o frentista querido mais pareceu meu irmão me cuidando, não deu a menor trela para o moço desarrumado , como se falasse "Sai pra lá mané, esse incêndio não é seu, não vem cantar de galo que já tá tudo resolvido" Senti uma vontade de rir, afinal o moço desarrumado continuava me olhando muito dispostamente a me ajudar enquanto o frentista educadamente lhe ignorava e eu numa vergonha sem fim não sabia para onde olhar, e dentro do carro virei meu corpo e cabeça para a rua numa atitude meio ridícula e fiquei rindo da minha própria vergonha. . Agradeci o amigo frentista por ter me socorrido, e também por ter me poupado de qualquer ajuda estranha ....

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