Vergonha Alheia

Se existe uma coisa que me irrita nessa vida, é a tal competição. E isso parece que está cada vez mais "inVoga" como dizem os fashionistas não menos competitivos. Oras bolas, se eu gostasse desse jogo eu teria investido numa carreira de jogadora de xadrez . As pessoas competem tudo, tudo, tu-do mesmo. Competem quem  está mais em forma, competem juventude, competem dentes mais brancos, competem profissões mais bem sucedidas, competem quem tem o carro mais potente, quem tem a vista melhor da casa de praia, quem conhece mais países  na Europa e além da Europa, competem quem tem o cabeleireiro mais famoso ( e obviamente mais caro). E o que é pior, essas coisas são coisas óbvias, são materiais, são capitalistas, mas as pessoas estão competindo felicidade, simmmm, elas  entram nesse triste jogo da competição de quem é mais feliz, é chocante, é imbecil, beirando a demência. Isso só me parece a coisa mais infeliz, de uma pobreza espiritual sem fim, é algo assim, que me deixa  pasma - meio com cara de idiota (meio não, total com cara de idiota) é a tal famosa vergonha alheia, porque um ser que compete felicidade é no mínimo muito infeliz, é muito incompleto, é muito inquieto é de uma plasticidade sem fim  ( e olha que eu adoro plásticos! mas objetos,  claro). Alou! Felicidade não se compete, felicidade se vive, se sente, se transmite, o que é muito diferente do exibicionismo. A felicidade é singela, e obviamente está muito além de uma disputa cretina. A felicidade é graciosa, é um estado que pode ser  eufórico, mas não é histérico (jamais!) isso que as pessoas exibem não passa de uma falsa alegria tão mentirosa mas tão mentirosa que nem o sorriso mais feliz de atriz enganaria uma criança de 2 anos. Não justifique seu estado emocional para mundo o virtual, tampouco o real, viva seu momento, entre no seu casulo, reflita, chore, ria de você mesmo, esvazie-se, para só assim conseguir se encher da tal felicidade.
(PQP a galera consegue deturpar a felicidade - é a proeza da infelicidade)