quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sr. Wilson!

Fui caminhar, para ser um pouco engolida por são Paulo. Para me perder por aí, para ver pessoas, para me achar, para me encher de fumaça, de sol, de peso, de cansaço.
Mas me enchi de medo , tem dias que o medo fica mais latente , então qualquer passo, qualquer  ser estranho, qualquer coisa é suspeita.
Depois de descer até a avenida Sumaré para tentar fazer exercício físico naqueles aparelhos que ficam disponíveis nas pracinhas, acabei subindo novamente e decidi ir ao parque, pois eu seria a única pessoa no meio da avenida Sumaré ao sol do meio dia fazendo algum preguiçoso e lento   exercício físico.
Então olhei, esbocei um esforço, os carros passavam até que numa velocidade tranqüila,  mas não rolou mesmo, me deu vergonha. As vezes nesses dias de medo a vergonha vem com tudo e vem com bastante excesso.
Subi novamente, roubei umas flores de alguns canteiros alheios para enfeitar minha casa e oferecer aos meus santos queridos, continuei subindo, cheguei ao parque e me pus a andar em círculo de baixo do sol.
Assim eu poderia pensar melhor, me exercitar melhor, fritar meus neurônios melhor!
Quando dei por mim,  estava sozinha num parque, me sentia segura, pois conheço os moços da portaria, tinha sol, e eu tinha  um espaçao só pra mim! (sim eu sou bem espaçosa) Eis que começo a esboçar uns movimentos corporais mais arrojados para me movimentar , inventar algo para me libertar,  afinal já passei da idade de só dançar em bar...enfim , qdo termino meu reboleichom um senhor atrás de mim disfarça que não viu  nada , que não está me atrapalhando, e educadamente expressa que eu posso ficar a vontade e sair saltidando e rebolando parque a fora que nenhum lobo mal vai me pegar! Putz daí já era voltei a sentir aquela vergonha, um balde de vergonha caiu por cima de mim, ai que vergonha da vergonha!
Dei mais umas duas voltas, o senhor sumiu.
Saí pelo parque , roubei mais flores de uma árvore de azaléia , que por sinal o bairro está tomado por essa beleza, até que dando minha ultiminha volta, passo por um banco onde tem um ser humano deitado, dormindo . Poderia ser  confundido com um mendigo, muito improvável já que não tinha mau cheiro, tinha sapatos novos, um lindo e esperto senhor de roupa simples e sapatos novos estava deitadinho no banco do parque. Tinha uma sacola  que usava como espécie de travesseiro e descansava lindamente de olhos fechados no banco do parque entre raios de sol que eram filtrados pelas árvores. Ele me vez rir. Segui olhando para trás vendo aquela feição  tranqüila , esperta com um pouco de safadeza masculina, era um ótimo personagem para história em quadrinhos, e ótimo objeto para uma criança se divertir!
Ah ha senhor expert, lá vamos nós! Me lembrou o Senhor Wilson e Denis o Pimentinha, que passava de manhã na tv. Senhor Wilson lá vamos nós!

Nenhum comentário:

Postar um comentário