quinta-feira, 30 de agosto de 2012

About a girl


De mansinho ela chega e domina o espaço.
Tem lindos cabelos esvoaçantes, olhos expressivos que lembram os de Capitu, dissimulados.
Uma mulher forte, mas não consegue disfarçar sua fragilidade. Tenta o tempo todo mostrar que é capaz.
Em um conjunto da obra, uma bela garota e uma mulher empolgante;
Tenta me agradar, mas nem isso consegue de verdade porque não é verdadeiro.
O Olhar dela me assusta junto com tanta delicadeza e gentileza.
Como um bicho traiçoeiro ela chega e quer ser o centro das atenções. Tudo muito discreto mas forçado.
Acredito que sua beleza e inteligencia sejam suas armas. Sim ela atira!
Talvez sejamos criados a acreditar que gentileza demais não existe, é estranho, tem algo a mais no querer.
Eu quero me livrar, mas ela insiste. Eu tento e ela insiste!
Dizem que as pessoas não passam em nossas vidas por acaso. Ok já entendi, mas ela passou e ficou. Não quero.
Eu tenho medo.
Ela acaba me aterrorizando com seu meio sorriso de canto de boca com gostinho de vitória.
Mal sabe ela que aprendi a ter olhos dissimulados. Aliás, não só olhos.
Quem sabe ela bebendo do seu veneno suma de vez.

Lourelay
(inspiração ao som de About a girl do Nirvana)




quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O julgamento de quem julga sem querer julgar

Como somos primitivos. Como somos julgadores. E quanto mais você lê, se informa e se atualiza, fica mais arrogante, em vez de se tornar uma pessoa sábia de verdade. Sim, pois o sábio repassa, orienta, troca experiência. Já o arrogante é egoísta e vaidoso ao extremo.
Muito fácil julgar aquela mãe que perde a paciência com o filho e dá uns gritos. (as pessoas te olham feio)
Muito fácil julgar seu (sua) colega de classe sarado (a) e gostoso (a) de burro. (Já que é bonito (a) não pode ser inteligente)
Muito fácil a gente achar que os outros é que estão errados . (porque você nunca erra, perfeição é seu nome)
Muito fácil um sorriso falso ao outro porque ele ta feliz. ( Ninguém é feliz com a felicidade do outro. As pessoas se rasgam de inveja).
Muito fácil olhar para um cadeirante e pensar que você é um idiota por reclamar da vida, mas também não faz nada pra mudar. (Você julga que por ser cadeirante é mais infeliz que você).
Muito fácil se justificar o tempo todo por não ter feito nada e apontar aquele que não faz nada. (afinal acreditar nas suas desculpas te faz sentir menos culpado por não fazer nada, e assim ainda tem liberdade de julgar o outro).
Como as pessoas complicam as coisas, misturam as coisas. Para se sentirem mais fortes buscam na fé um caminho e quando encontram relaxam e esquecem de exercer o bem de verdade, aquele que vale apena.
Misturam segundas intenções com uma gentileza, misturam uma crítica construtiva como algo pessoal, misturam a verdade como inveja alheia.
E pensar em tudo isso deixa você em um estado de julgamento do universo e uma generalização de que as pessoas são todas assim. Não são, mas a proporção delas que são injustas e julgadoras são maiores perante as outras. Talvez seja a culpa que eles carregam e acham que a culpa é sempre dos outros.

Lourelay
(momento consciente)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Mantra Lourelay

O quadro numa segunda feira é esse:

1- Retomar o projeto que está na gaveta;
2- Sem desculpa para começar a academia hoje;
3- Início de um novo cardápio alimentar;
4- Começar a praticar o pensamento positivo sem interrupções do além;
5- Revisar currículo e mandar para quem já deveria ter mandado;
6- Mandar para o espaço aquela pessoa que só enche teu saco;
7- Dançar e cantar bem alto aquela música do seu Iphone ou Ipad (chique);
8- Por em prática tudo aquilo que quero para o meu bem sem me desanimar, pra não ter que começar tudo de novo na segunda que vem. Não posso! Disciplina Lourelay!!!!

Quase um mantra!

Lourelay

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A "melhor" dos meus ultimos 31 anos

Recebi um e-mail de um amigo dizendo,

Oi  Martini,

Tudo bem?!
Na Agência "Masqcu" estão precisando de pessoas para fotografar eventos, dá uma ligadinha lá e fala com o Jean ou com a Simone, pode falar que eu te indiquei.
"Masqcu" -3058.6849

bjs

Gustavo.

Respondi agradecendo e liguei.

- "Masqcu"agência de eventos bom dia.
- Bom dia, quem fala?
- Josiane.
- Oi Josiane, eu gostaria de falar com a Simone ou com o Jean.
- Só um minuto...

Depois de um tempinho no telefone mudo,  desliguei e liguei novamente.

- "Masqcu"agência de eventos bom dia.
- Oi Josiane, eu gostaria de falar com a Simone ou com o Jean, você me passou a ligação, mas caiu.
- Só um minuto.

- Alô.
- Bom dia, quem fala?
- Jean.
- Oi Jean, aqui quem fala é Martini, sou amiga do Gustavo, estou ligando pois ele me falou que vocês estão precisando de fotógrafos para eventos.
- Sim, estamos, você é fotógrafa?
- Sou.
- Desculpe, mas não trabalhamos com mulheres fotógrafas, somente homens.
fiquei muda um tempo, ele continuou.
- Alo?
- Oi, desculpa, vocês não trabalham com mulheres fotógrafas?
- Não.
- Por que? Vocês estão cobrindo alguma guerra?
- Não.
- São os hormônios? Estou fazendo um tratamento com testosterona,  posso te encaminhar meu atestado médico.
-Me envia por e-mail.
- Qual seu e-mail?
- jean.s@masqcueventos.com.br
- Ok, vou escanear e logo te mando.
- Ok.
- De qualquer forma , obrigada pela atenção.
- Por nada.
- Tchau.
- Tchau.

Martini

Vacas e Outras

- É uma vaca mesmo.
- Vaca sou eu , que tenho tetas e  sou generosa.
- Ela é escrota mesmo .

Martini

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Faça Você Mesmo!


Filosofia do Rock

Cheguei no CCBB , tocava Sex Pistols alto, bem alto, alto ao ponto de pedir uma informação ao pé do ouvido de uma pessoa, o CCBB ficou ainda mais bonito (oh!), e a música dava um ânimo e uma vontade sair fazendo tudo que se tem vontade.
Entrei no cinema do CCBB, é uma salinha pequena , intimista e aconchegante, a Márcia Tiburi e o Wander Wildner estavam sentados na primeira fila da platéia batendo um papo descontraído ,   fiquei com vergonha de atrapalhar, tipo já atrapalhando, a moça da organização me apresentou para os dois, falei que eu era de um blog e tal, a Marcia muito simpática e receptiva, sorriu e achou legal, como se disesse fique à vontade, mesmo assim eu continuava morrendo de vergonha ( sempre fico com vergonha quando estou trabalhando com pessoas que admiro)  e para aumentar minha timidez eu estava sozinha, as meninas do blog estavam em Sta Catarina, fiquei sem ter com quem dividir a minha vergonha, embora  tenha ficado bastante evidente.
Pois Bem, fiz umas fotos assim meio sem graça, sem querer interferir (já interferindo ) estava  com minha câmera que é um trambolho apontada para eles, tentando ajustar o fotômetro , a Márcia é uma das pessoas mais branquinhas que eu já fotografei, e fiz umas fotos erradas - confesso... depois até que acertei algumas.
Logo eles foram para seus devidos lugares nas cadeiras do tablado em frente a platéia.
Abriram a sala , as pessoas foram chegando , todos os lugares foram ocupados, e algumas pessoas pediam para sentar no chão.
A conversa começou descontraída, a Márcia apresentou o Wander e o assunto : Nietzchie  X Sex Pistols , start! O microfone estava livre e sem censura .
Wander contou um pouco da história dele, de como entrou para os Replicantes, sua ascendência Austríaca , o debate estava com "Um Doce Viking e uma Filósofa Punk"!
Não foi um show, não foi um espetáculo, foi um debate e  a gente sai dali querendo ir além, muito além, com vontade de correr sem perder o fôlego.
Encanrando o Capitalismo.
Wander contou como continuou sua carreira depois de sair dos Replicantes, onde ficou durante 6 anos,  falou sobre seu  selo Fora da Lei, onde ele mesmo produziu e distribuiu seu disco em 1996 , foi nessa época que ele juntou todas as suas referências musicais, música brega, jovem guarda, folk e punk.
“Eu aprendi a fazer as coisas com amor, porque eu sou colono, alemão colono, porque o colono gosta do que  faz”. 
 "esse é um disco Punk brega, pois juntava parte das coisas bregas que eu tinha ouvido com uma guitarra punk em alguns momentos, e a minha forma de interpretar que tinha um pouco de romântico e muito de punk" assim ele contou como escreveu no realise para os jornalistas e como  surgiu seu título de cantor Punk Brega.
Depois disso ele tira uma onda dele mesmo dizendo que  criou o Punk Brega e que hoje ele é o Rei do Punk  Brega e que está milionário, arrancando risadas sinceras da platéia.
 De fato, ele é o rei do Punk Rock Brega – Faça Você mesmo!
(e obviamente  nós somos fãs histéricas e temos uma Camiseta escrita Eu te amo!) 

A Márcia propôs o questionamento sobre o Sex Pistols,,
“Você não acha que eles são mais montados?”
Wander analisa respondendo :  "Eles são mais losers, eles são jovens que não sabem o que fazer da vida, eles não estão trabalhando numa fábrica.. , ” 
Márcia questiona, ...  E o que não está legal é o capitalismo, mas, Sex Pistols afinal não é uma banda capitalista? , Já que os Sex Pistols nascem de uma loja de roupas?"
 Wander responde dizendo,  "sim, mas seria uma loja de anti-roupas..."


Para confrontar com Sex Pistols, Márcia apresenta  Nietzsche em uma citação do livro "Crepúsculo dos Ídolos" que tem como subtítulo -  filosofia a golpes de martelo - como diz Márcia, do quebra-quebra, da destruição pelo barulho que acaba indo de encontro ao punk, esse grito violento, essa destruição na música e  a atitude no movimento.
Após Márcia ter citado Nitzsche, levantando questões capitalistas ela “abre os trabalhos” para a platéia se manifestar com perguntas ou argumentos talvez a golpes de martelo.
Fala-se, critica-se e discuti-se a condição em que as pessoas estão vivendo e fazendo as coisas para agradar ou impressionar os outros e sem fazer de fato sua vontade própria. O capitalismo, a publicidade que engana cada vez mais e infelizmente domina.
Um resumo do que vale é a filosofia faça você mesmo! Quebrando qualquer  sistema! O sistema é chato, reprime e nós faz cada vez mais robôs. A filosofia que você cria te deixa livre, porque a liberdade está dentro de nós e não o que nos é imposto goela abaixo. 


"...É muito melhor, juntar os amigos e fazer alguma coisa, porque essa faculdade e esse colégio é uma bosta! "
Wander Wildner

"Há mais ídolos do que realidades no mundo"
Nietzsche

 "...Estamos vivendo numa era pós musical, música é um negócio muito antigo, é que nem literatura, texto, a gente tá vivendo em uma outra época mesmo, mais plastificados, mais robotizados, cada vez mais esvaziados...” 
Márcia Tiburi

 "O punk é um movimento que recria o rock, numa crítica interna ao próprio rock."
Márcia Tiburi

"A história do punk, não se sabe quem criou, é uma palavra usada por Shakespeare, que é aquele cara que vivia fora dos castelos, nos arredores..."
Wander Wildner


"O hippie é Ghandi e o punk é Bin Laden."
Márcia Tiburi 

"A desilusão pode ser uma forma de aprender as coisas"
Wander Wildner 

sobre o absolutismo "...Mas que pobreza, como que uma pessoa vai ser uma coisa só?!"
Wander Wildner

"Você está autorizado a ser vaidoso e vazio, mas você não está autorizado a ter idéia própria e querer ter uma vida legal, justa, bacana e se auto-experimentando "
Márcia Tiburi

Assim seguiu o debate ,  instigante e reflexivo, assista! você pode deixar ligado e ir lavando a louça! (sem desmerecer a imagem!) mas com certeza você vai lavar a louça com mais vontade.
Pessoal, isso é só uma palhinha mesmo, com certeza esse post rende muito mais...
Aqui você pode encontrar na íntegra 
e tirar suas próprias conclusões

Amanhã o encontro é com Márcia Tiburi e Carol Teixeira – Madonna  paradoxos do pós-feminismo
O evento é gratuito, e nós super recomendamos, mas chegue cedo!










O próximo:
O que: Filosofia do Rock  com Márcia Tiburi e Carol Teixeira – Madonna  paradoxos do pós-feminismo
Quando: 21/08/2012 - 19h30
Onde: CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Ávares Penteado, 112 - Centro. (metrô São Bento) 
Quanto: Gratuito! 

Por Martini Martírio e Lourelay Dream 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A procura do amor - por Lourelay

Não consigo me entender... eu tenho a sensação de que as pessoas estão ao meu lado por caridade e não por felicidade.
Não  sei se estou tomada por forças ocultas ou se acho que eu sou o máximo e ando vendo que esse máximo não é tão máximo assim.
Ás vezes colocamos expectativas e criamos em nossa cabeça (espaço esse que deixa ser e inventar quem a gente quiser e como quiser) aquilo que queremos ou o que construímos em cima de ações dos outros interpretadas por nós. Acho perigoso, sai da realidade e o tombo é gigantesco.
Entender as pessoas, interpretá-las ou até mesmo conviver de forma passiva é uma tarefa árdua, um dos trabalhos mais difíceis.
Acho que por isso que as pessoas me têm por caridade. Ou talvez seja eu que me coloco dessa forma.
Pensar no amor como a gente defende tanto, o amor de todas as formas e usar essa arma (o amor) como algo transformador e receber esse amor na sua forma mais pura, sem vício ou intenção é lindo! Um amor de criança desprendido de qualquer vício negativo do mundo externo. Algo tão simples, mas nós adultos não sabemos agir assim, sempre pensamos que esse amor "gratuito" tenha alguma intenção ou interesse.
Acho que eu estou nesse vício e não consigo entender que o amor dos outros por mim seja de forma pura, verdadeira e alegre. Penso sempre que seja um ato de caridade e pena, porque diferente daquela criança pura e livre dos aspectos ruins que o externo traz, eu sempre penso que tenha algum interesse ou intenção e não acredito que seja assim sem algo em troca. Talvez por isso sofra mais. Se eu conseguisse entender o amor na sua forma mais limpa e cintilante minha vida e expectativas seriam encaradas de forma diferente.
Sei lá, acho que nos preocupamos demais com o "aval" dos outros,  nos preocupamos em querer agradar os outros ou ser aceito pelos outros. Por isso  acabamos construindo um personagem, mas um personagem não estudado, que acaba ficando falso, sem brilho. Nessas horas, neutralizar o coração e deixar que o amor haja de forma real faz com que o espetáculo reforce o som e o significado da palavra espetáculo.
Eu queria transformar essa minha exaustão em algo produtivo, como uma missão cumprida. Encarando as coisas com mais leveza a gente vive melhor, sem deixar que as coisas ruins do externo ou até mesmo as tais forças ocultas invadam nossa alma. Poluímos demais a mente e o coração desnecessariamente.
Sem hipocrisias, demagogias ou "clichêrismos",vamos amar mais. Assim como lemos nos muros das cidades " Mais amor por favor".

Lourelay

sábado, 11 de agosto de 2012

Devaneando o Universo Feminino por Lourelay

Ai como nós somos complicadas. Impressionantemente confusas. Meu Deus, é demais!
Ás vezes saio de mim porque não me aguento!
Sempre fui meio homenzinho (isso não quer dizer que sou gay e nada contra também) mas sempre escolhi  esporte em vez da dança, um sapado baixo bem louco em vez do salto tradicional, brincos longos de pena e madeira com um ar hipongo descolado... ou seja, nada muito mulherzinha. Mas sempre fui frágil e cheia dos tais grilos femininos. O que não quer dizer nada esses exemplos. Eu sei, foi mais pra ter um esteriótipo.  Pensava que pelo fato de ser menos mulherzinha não seria contagiada por todo esse universo louco, esquizofrênico e bipolar que a mulher tem a parte.
Juro que não me suporto de TPM ou tendo qualquer tipo de atitude estérica feminina em relação ao seu macho.
Eu nunca suportei um ataque exagerado por ciúme, daqueles baixaria mesmo sabe? Com aquele olhar saindo "tiroteios de faquinhas" pra matar a amiga linda, inteligente e interessante do seu namorado.
Eu prefiro sorrir e me conter, acho que eu ganho mais e me sinto muito mais superior a ela (pensar assim conforta!).
Mas de qualquer forma sempre fui política e educada, nunca me envolvi com algo espetaculoso, com direito a platéia babando o palco a espera de uma boa cena. Isso eu deixo para profissionais de cena. Eu ainda sou uma aspirante atriz.
E como toda mulher que fala mais que o homem da cobra, acabo falando, falando, falando que pareço um homenzinho e critico as mulherzinhas, mas se tivesse um pinto acho que seria totalmente feminina e adoraria usar salto agulha.

Lourelay