sábado, 5 de novembro de 2011

Um tombo da gangorra

Eu analiso as pessoas, não nego, não acho que isso seja bom ou ruim, na verdade nem é bom nem é ruim, mas faz parte de mim, e seria uma infidelidade comigo mesmo boicotar esse tal comportamento.
As pessoas também me analisam e também me julgam, no fundo todo mundo julga todo mundo, todo mundo cobra alguma coisa de alguém, ou cobra carinho, ou cobra presença, ou cobra a própria ausência, ou cobra a palavra, outro cobra gestos , ou cobra sorrisos, ou cobra tristezas e solidariedade .... Não descarto a possibilidade de que podemos nos envenenar com a própria "cobra".
Mas o que eu ando sentindo nas minhas análises comportamentais na vida cotidiana, na minha vida, na vida  do vizinho, do conhecido ou do desconhecido , é uma certa tentativa de desneurotizar ... o que por si só já é uma neurose , é a desneurotização da neurose  já estabelecida.
Primeiro  se erotizou demais tudo, agora que tudo virou banal, busca-se uma certa tentativa do encontro com o que é puro, mas há uma grande confusão e um grande engano com a infantilização, que na verdade eu chamaria de adolescentização, já que a criança por sua pura essência não nega sua sexualidade, ela aceita ( e da forma mais bonita, é claro) já o adolescente ele não sabe lidar com toda aquela novidade do próprio corpo, com toda essa enxurrada de prazer que de repente paira sobre ele, e até quando começa a usufruir disso ainda tem uma certa negação , uma certa vergonha , porque obviamente ainda não sabe  lidar com isso , pricipalmente com as pessoas que fazem parte do seu meio, ele não sabe onde  fica seu lugar no convívio social, afinal ele não é mais criança,  mas também não é adulto, não tem experiência suficiente, mas já tem suas experimentações.
Então o mundo atual, a modernidade ou a pós-modernidade como queriam chamar o presente, está vivendo um desequilíbrio depressivo equivocado e não menos depreciativo. E aí não existe distinção de gênero não, a gangorra desnivelada, hora em cima, hora embaixo é para ambos os sexos.
Ou as pessoas negam a sexualidade, ou elas enfatizam desvairadamente tanto o ato quanto o próprio corpo.
Por vezes não existe a aceitação do próprio Ser e noutros (a maioria dos casos) existe um excessivo exibicionismo do ato sexual, ora bolas, se um casal está junto pressupoem-se que obviamente eles transam bem ... então não há necessidade alguma de  exteriorizar isso, e o que é pior, as pessoas usam isso como forma de cumplicidade entre si, e também tem o indivíduo que necessita loucamente contar detalhadamente seu desempenho sexual.Em contra partida outras pessoas agem com determinada negação do Ser, que se estabelece como defensiva numa atitude adolescentizada como se todos fossemos assexuados.
A dificuldade atual está entre saber lidar com a sexualidade de forma equilibrada, sem ser  desmedidamente erotizado, tampouco negando a sexualidade, é uma linha tênue que teremos que voltar a encontrar entre o vulgar, o erótico,  o exibicionismo, o sentimento, a banalidade, (bacanal, bacalhau  - pra não perder a piadinha boba) o carinho... a confiança , para só assim excluir de vez essa neurotização da neurose.

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